As ações ligadas aos setores de consumo doméstico registram uma
sessão de fortes ganhos na B3.
O movimento ocorre principalmente por conta do noticiário
macroeconômico, com alívio nos juros futuros, o que impacta os
ativos de empresas de varejo e consumo.
Às 14h05 (horário de Brasília) desta terça-feira (10), os ativos
da CVC (BOV:CVCB3), R$ 2,95, +10,45%, Magazine Luiza (BOV:MGLU3) R$
2,00, +7,53%, GPA (BOV:PCAR3) R$ 3,65, +6,41%, Yduqs (BOV:YDUQ3) R$
20,80, +5,91% e Arezzo (BOV:ARZZ3) R$ 67,33, +4,45% estavam entre
os maiores ganhos do índice. Aéreas como Gol (BOV:GOLL4) R$ 6,79,
+7,10% e Azul (BOV:AZUL4, R$ 13,12, +5,72% também sobem forte.
Em destaque com impacto na sessão, estão as falas mais brandas
de autoridades do Federal Reserve, que compensaram temores sobre o
conflito no Oriente Médio e influenciando também os juros futuros
por aqui. O DI para janeiro de 2027 estava a 10,77%, em queda ante
os 10,898% da véspera, e o para janeiro de 2029 ia para 11,27%, de
11,384% no ajuste de segunda.
Autoridades do Federal Reserve indicaram na véspera que o
aumento dos rendimentos dos Treasuries de longo prazo, que
influenciam diretamente os custos de financiamento para famílias e
empresas, poderia desviar o Fed de novos aumentos em sua taxa
básica de curto prazo.
Essa indicação animava os ativos de risco, uma vez que foi
justamente o medo de juros mais altos por mais tempo na maior
economia do mundo que havia impulsionado uma fuga para ativos
seguros nas últimas semanas.
Philip Jefferson, vice-presidente do Fomc, e Lorie Logan,
presidente do Federal Reserve regional de Dallas. Jefferson,
considerado próximo de Jerome Powell, presidente do Fed, disse que
“estava atento” às taxas de juros elevadas, e que “manteria isso em
mente quando fosse avaliar o futuro da política monetária.” Já
Logan afirmou que a alta dos juros de mercado de longo prazo
poderia ajudar os esforços do Fed para fazer a inflação, hoje ao
redor de 4% ao ano, convergir para a meta de 2 por cento.
Conforme destaca a Levante, os Fed Funds hoje estão na faixa
entre 5,25% a 5,50% ao ano. Eles são juros referenciais, assim como
a Selic, e servem de parâmetro para investimentos. No entanto,
assim como ocorre no Brasil, o custo dos empréstimos para pessoas e
empresas é balizado pela remuneração dos títulos públicos de longo
prazo.
“Assim como, por aqui, o custo de emissão de uma debênture é
calculado com um prêmio de risco em relação à remuneração do título
Tesouro IPCA de prazo equivalente. Essa, na prática, é a
frequentemente citada ‘curva de juros’. Se os juros de títulos
longos do Tesouro americano (os de dez anos, por exemplo) sobem,
isso encarece o crédito para pessoas e empresas e funciona como um
aperto adicional na política monetária, ainda que o Fed não realize
elevações adicionais dos juros referenciais”, avalia a Levante.
A equipe de análise aponta que os comentários dos diretores do
Fed reforçam as expectativas dos investidores de que o banco
central americano poderá manter os juros estáveis na próxima
reunião do Fomc, agendada para os dias 31 de outubro e 1º de
novembro.
“Os mais otimistas esperam até uma decisão semelhante na última
reunião deste ano, agendada para os dias 12 e 13 de dezembro. Se
isso se confirmar, os juros permanecerão no patamar até o início de
2024, indicando fortemente que essa pode ser a ‘taxa terminal’”,
avaliam.
Especificamente sobre as empresas daqui, analistas de mercado já
estão na temporada de resultados do terceiro trimestre de 2023, que
tem início no fim de outubro.
Sobre o e-commerce especificamente, o Itaú BBA apontou não ver
nenhuma novidade frente os últimos balanços (do 2º trimestre). Na
avaliação dos analistas, o Mercado Livre (MELI34) continua a
superar seus concorrentes em uma sólida agenda de consolidação, com
um forte crescimento de vendas brutas online (GMV) de 25% em
relação ao ano anterior e uma aceleração do GMV de 1P (estoque
próprio). Além disso, projeta um aumento de 3,2 pontos percentuais
(p.p.) na margem Ebit (Ebit, ou lucro antes de juros e impostos) em
relação ao ano anterior.
“Por outro lado, Magazine Luiza provavelmente mostrará números
mais fracos, com um aumento de 2,5% no GMV online em relação ao ano
anterior (impulsionado pelo 3P, ou marketplace) e uma queda de 0,2
ponto percentual na margem Ebitda em um ano, apesar da base de
comparação fácil”, avalia o banco. O Magalu tem resultados
previstos a serem divulgados no dia 13 de novembro.
Os analistas do BTG Pactual veem três tendências para o
e-commerce brasileiro: menor crescimento do GMV, refletindo menos
renda disponível e restrições de capital das empresas e famílias,
com a maioria dos players ainda exposta a categorias altamente
cíclicas; atenção para a lucratividade (=menos foco em categorias
não lucrativas e take rates mais altos) e preservação de caixa; e
maior consolidação do mercado entre poucos players.
“Para o MGLU, o foco continua na expansão da operação do
marketplace, gerando maior monetização do tráfego ao conectar mais
serviços à plataforma e melhorando os níveis de serviço. No
terceiro trimestre, esperamos que o GMV online cresça cerca de 8%,
com SSS [vendas nas mesmas lojas] estável no trimestre, enquanto a
margem Ebitda deve atingir cerca de 6%”, aponta.
Informações Infomoney
CVC BRASIL ON (BOV:CVCB3)
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From Oct 2024 to Nov 2024
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