Vale avalia antecipar o aumento da mistura de biodiesel para 25% no diesel para caminhões
June 06 2024 - 11:17AM
Newspaper
A diretora de Energia e Descarbonização da Vale, Ludmilla
Nascimento, disse que a mineradora avalia antecipar o aumento da
mistura de biodiesel para 25% no diesel que abastece sua frota de
caminhões. Testes de desempenho nos motores estão sendo realizados
e uma decisão sobre a viabilidade dessa estratégia de
descarbonização será tomada em nove meses, afirmou a executiva.
Hoje o mandato legal do biodiesel exige 14% do combustível no
diesel vendido por distribuidoras, porcentual que vai chegar a 15%
em 2025 e, segundo o projeto de lei do Combustível do Futuro, em
vias de aprovação no Congresso, deverá ser de 20% até 2030.
Se a Vale (BOV:VALE3) aprovar os 25%, praticará mistura acima da
obrigatória em qualquer cenário regulatório. Este pode ser um
impulso mais imediato à estratégia de descarbonização da mineradora
no curto prazo. A companhia pretende reduzir em até 33% as suas
emissões de carbono até 2030 e chegar ao carbono neutro em 2050,
reforçou Ludmilla.
“Isso não exigiria nenhuma adaptação ou troca nos motores dos
nossos caminhões, porque o biodiesel é ‘drop in’ (intercambiável
com diesel). Estamos fazendo os testes, que exigem muitas horas,
para avaliar se há alguma limitação”, disse Ludmilla na
quarta-feira, 5.
Ela falou na saída de evento da Universidade Columbia, ligado ao
G20, sobre transição energética no Rio de Janeiro.
A executiva lembrou que existem tecnologias alternativas aos
combustíveis já existentes, mas que nenhuma está madura para
aplicação imediata em grande escala. Entre essas opções
consideradas, ela cita o etanol, amônia verde, metanol e
hidrogênio, que seguem no radar da Vale.
A eletrificação da frota, inclusive para caminhões mais pesados,
que carregam mais de 250 toneladas, ainda é considerada, embora
executivos da empresa já tenham reconhecido as limitações dessa
opção, como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real
do Grupo Estado.
Em estudo, o uso do etanol é um dos caminhos mais viáveis,
porque há suprimento estabelecido e transporte consolidado no
mercado, mas isso vai exigir adaptações nos motores para adequá-los
ao combustível. A Vale já anunciou projeto com a Caterpillar nesse
sentido.
Ludmilla lembra que as outras opções seguem consideradas, mas
ainda envolvem riscos, sobretudo relacionados a toxicidade dos
materiais. As novas tecnologias, inclusive eletrificação, devem ser
aplicadas não só para os caminhões, como para as locomotivas da
Vale e para os navios de empresas contratadas pela companhia.
A mineradora projeta que vai investir entre US$ 4 bilhões e US$
6 bilhões para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE)
nas operações até 2030, o que inclui custos de adaptação da sua
infraestrutura.
Ludmilla informou que as soluções avaliadas pela Vale variam até
US$ 100 por tonelada de carbono. As escolhas vão se basear na
chamada curva marginal de abatimento. Ela considera investimento e
custo de cada solução em comparação com o custo futuro da emissão
de carbono.
informações Broadcast
VALE ON (BOV:VALE3)
Historical Stock Chart
From May 2024 to Jun 2024
VALE ON (BOV:VALE3)
Historical Stock Chart
From Jun 2023 to Jun 2024