Oncoclínicas na UTI?
August 14 2024 - 11:38AM
Newspaper
Duas empresas do setor de saúde divulgaram seus números do
segundo trimestre de 2024 (2T24) na noite da última terça-feira
(13), levando a desempenhos bem diferentes nesta quarta (14):
Oncoclínicas desabava 16,19% (R$ 6,11), enquanto Rede D’Or subia
4,56% (R$ 31,21) por volta do meio-dia após os balanços.
Conforme destaca o Itaú BBA, enquanto a primeira mostrou volumes
abaixo do esperado, a segunda apresentou tendências melhores, com
uma taxa de ocupação recorde e resultado operacional (Ebitda, ou
lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) acima
de suas estimativas.
Para a Oncoclínicas (BOV:ONCO3), o banco ressalta que a
companhia reverteu a pressão na margem Ebitda (rentabilidade
operacional), apresentando boa expansão sequencial de 16,1% no
primeiro trimestre para 18,5% no segundo trimestre. Esse avanço foi
impulsionado por melhores provisões para glosas (não pagamento de
algum item que compõe a conta hospitalar do paciente atendido) e
devedores duvidosos, bem como por esforços de otimização na
estrutura de despesas gerais e administrativas.
No entanto, houve uma perda de 5% em nossas estimativas de
faturamento, provavelmente devido a volumes abaixo do esperado, já
que o ticket médio estava em linha com nossas expectativas.
“Vale destacar que a companhia incorporou um aumento de capital
de R$ 1,5 bilhão no trimestre, que mais que compensou o aumento
orgânico da dívida líquida de R$ 446 milhões. Este incremento foi
influenciado pelos pagamentos de aquisições e pré-pagamentos de
contratos de locação, resultando em uma relação dívida
líquida/Ebitda de 2,5 vezes, conforme definição da empresa”, aponta
o BBA, que mantém recomendação de “compra” para ONCO3, com
preço-alvo de R$ 11 ao fim de 2024.
A XP ressaltou resultados neutros, com lucro líquido ajustado de
R$ 29 milhões, receita subindo anualmente 15,3%, com a aceleração
do ticket e dos volumes. A margem Ebitda diminuiu 0,8 ponto
percentual na base anual devido a glosas ainda elevadas, mas os
analistas observam que a empresa já iniciou um plano de eficiência
de despesas para aumentar as margens. A alavancagem (considerando
arrendamentos e obrigações de aquisições) foi de 3,1 vezes o Ebitda
anualizado, auxiliada pela recente capitalização de R$ 1,5 bilhão,
embora também mostre que a tendência orgânica é de queda. O capital
de giro apresentou uma melhora significativa nos dias de contas a
receber.
“Acreditamos que (i) a capitalização, (ii) o programa de
otimização da estrutura administrativa e de pessoal e (iii) a
melhoria do capital de giro podem colocar os resultados novamente
em uma trajetória de crescimento”, avalia a equipe de análise.
Sobre a Rede D’Or (BOV:RDOR3), o BBA aponta que os resultados da
empresa mostraram tendências de volume melhores que as esperadas no
segmento hospitalar, apoiadas por uma taxa de ocupação recorde e um
forte aumento de leitos operacionais durante o trimestre, além de
uma sólida adição de beneficiários de planos de saúde na
SulAmérica.
Do lado da rentabilidade, continua observando a redução dos
custos com materiais e medicamentos, mas a surpresa mais positiva
foi uma melhor sinistralidade na divisão de seguros, fazendo com
que o Ebitda consolidado superasse a estimativa do banco em 9%.
“Alguns investidores manifestaram preocupação com a ligeira
geração de caixa no trimestre. Contudo, não consideramos que esta
seja uma questão significativa, uma vez que a empresa ainda está
investindo pesadamente, o que pode limitar o fluxo de caixa no
curto prazo”, destaca o BBA, mantendo recomendação de “compra” para
RDOR3, com preço-alvo de R$ 39 ao fim de 2024.
A XP também ressalta os números positivos, com a unidade de
negócios de hospitais continuando a apresentar crescimento de
receita, decorrente de aumentos de preços e de maiores taxas de
utilização e ocupação, combinados com alguns ganhos de margem
trazidos por melhorias nos custos de suprimentos e de pessoal. A
unidade de negócios de seguros manteve a tendência dos últimos
trimestres, já que tanto a receita quanto as margens aumentaram,
seguindo o forte aumento de preços e as iniciativas de redução de
custos da empresa. A redução das despesas com juros contribuiu para
o lucro líquido.
“Por fim, o ciclo de caixa e as glosas continuam desafiadores.
Consideramos que a empresa está bem posicionada para conduzir o
cenário atual do mercado e, portanto, esperamos que ela mantenha
sua recuperação à frente da curva, o que pode ser positivo no médio
prazo”, avaliam os analistas.
Informações Infomoney
Oncoclinicas Brasil Serv... ON (BOV:ONCO3)
Historical Stock Chart
From Dec 2024 to Jan 2025
Oncoclinicas Brasil Serv... ON (BOV:ONCO3)
Historical Stock Chart
From Jan 2024 to Jan 2025