Casas Bahia: Santander mantém recomendação neutra e vê cenário desafiador para companhia
April 25 2024 - 11:51AM
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O Santander manteve recomendação neutra e revisou o preço-alvo
para as ações das Casas Bahia, ainda vendo um cenário bastante
desafiador para a companhia. Com base em seu modelo atualizado, o
banco introduziu um novo preço-alvo para o ano de 2024 de R$ 7
(ante a meta anterior para 2023 de R$ 36,20, levando em
consideração o grupamento de ações de 25 para 1 realizado no fim do
ano passado).
Os analistas do Santander ressaltam que, desde a posse da nova
gestão da empresa em agosto de 2023, o grupo Casas Bahia
(BOV:BHIA3) passou por um plano de transformação que visa priorizar
a geração de caixa e a rentabilidade, com o objetivo de
desalavancagem e retorno a uma trajetória de crescimento
sustentável.
Durante o 2S23 (segundo semestre de 2023), a administração: i)
cumpriu as promessas de ficar mais enxuta, fechando 49 lojas e
desativando 10 centros de distribuição, reduzindo
significativamente seu quadro de funcionários; e ii) focando nas
principais categorias (bens duráveis), migrando mais de 20
categorias não essenciais de 1P (estoque próprio) para 3P
(marketplace).
“Com a 2ª fase do plano de transformação em vigor até 2024,
ainda esperamos um caminho difícil para as Casas Bahia durante o
ano”, avalia o banco, que acredita que o reescalonamento da dívida
concluído em março dá mais tempo para o esforço de recuperação da
empresa começar. O Santander ainda prevê que 2024 será um ano de
melhoria do lucro antes de juros, impostos, depreciações e
amortizações (Ebitda, na sigla em inglês).
O banco, por sua vez, espera que as pesadas despesas financeiras
persistam, levando a Casas Bahia a registrar grandes perdas
líquidas e consumo de caixa em 2024. “Por essas razões, reiteramos
nossa classificação neutra para ações até vermos uma confirmação
mais tangível de um ponto de inflexão operacional”, avalia.
No curto prazo, os investidores que avaliam a trajetória de
recuperação da Casas Bahia não devem buscar a aceleração do
crescimento das vendas em 2024. Em vez disso, o foco permanece em
melhorias sequenciais de rentabilidade e geração de caixa, que não
devem depender de ganhos de alavancagem operacional.
Dentre as alavancas que a gestão dispõe para aumentar as
margens, o banco ressalta: i) otimização de sortimento, visando
reduzir rupturas de estoque de itens em categorias principais; ii)
implementação de preços dinâmicos com potencial para melhorar
vendas e margens simultaneamente; e iii) alinhamento de incentivos
entre gestores de loja e foco da empresa na rentabilidade.
“Com esses ajustes produzindo resultados gradualmente, no
trimestre, esperamos que o Ebitda da Casas Bahia totalize R$ 1,8
bilhão em 2024, o que implica uma expansão de margem de 230
pontos-base na base anual, mesmo com a expectativa de que a receita
caia 5% ano a ano”, reforça.
De acordo com as estimativas do banco, a Casas Bahia ainda deve
registrar um prejuízo líquido em 2024 e 2025 (-R$ 1,4 bilhão e -R$
514 milhões respectivamente) devido a pesadas despesas financeiras
sobre uma dívida líquida estimada em R$ 4,5 bilhões (em 2024,
incluindo acordos de financiamento de fornecedores e ventos
contrários à medida que a empresa implementa seu plano de
transformação.
Assim, dado o potencial de valorização limitado e os riscos
persistentes de recuperação e alavancagem financeira em meio à
volátil recuperação do setor de bens duráveis, o banco reitera
recomendação neutra.
Informações Infomoney
Grupo Casas Bahia ON (BOV:BHIA3)
Historical Stock Chart
From Jan 2025 to Feb 2025
Grupo Casas Bahia ON (BOV:BHIA3)
Historical Stock Chart
From Feb 2024 to Feb 2025