A Casas Bahia anunciou o início operacional de seu fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC), com um capital inicial de R$ 300 milhões, buscando otimizar a operação de crediário da companhia.

O fato relevante foi feito pela companhia (BOV:BHIA3) nesta quinta-feira (13).

O FIDC, estruturado pela Polígono Capital e com administração do BTG Pactual, já possui um compromisso firme de aporte de terceiros, com expectativa de atingir o montante de R$ 500 milhões de patrimônio líquido nos próximos meses, disse a varejista.

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A Casas Bahia anunciou em novembro de 2023 a estruturação do FIDC. Após a primeira etapa de captação, o instrumento poderá contar com aportes adicionais, segundo a empresa.

“Ele pode crescer bem mais do que esses primeiros R$ 500 milhões”, afirmou o diretor financeiro do grupo, Elcio Ito, à Reuters. “Pelo o que a gente entende de necessidade, de demanda pelo crediário, ele tem muito espaço para crescer além daquele valor original.”

Segundo o executivo, o pagamento via crediário da Casas Bahia já representa cerca de 10% das vendas online, enquanto, nas lojas físicas, a modalidade responde por cerca de 27%. A carteira de crediário da companhia somava R$ 5,7 bilhões ao fim do terceiro trimestre de 2024, ele acrescentou.

Ito também disse que está atento ao “cenário macroeconômico desafiador” no Brasil, e que tem adotado postura cautelosa em relação à inadimplência com a concessão adicional, priorizando créditos de maior qualidade do que crescer com um risco maior.

“Estou preferindo uma rentabilidade um pouco menor, mas crescendo de forma mais sustentável, diante desse desafio no cenário macro e a crescente de taxa de juros.”

No fato relevante desta quinta-feira, a Casas Bahia disse que a iniciativa é “alavanca fundamental” do plano de transformação da companhia e fortalece sua vantagem competitiva no segmento de varejo e crédito.

“É um marco importante porque, ao longo do tempo, a gente pretende continuar diversificando as fontes de financiamento”, disse Ito sobre o FIDC, que está ativo desde dezembro de 2024 para testes operacionais, com baixos volumes na carteira.

VISÃO DO MERCADO

O time de análise da XP Investimentos classifica em relatório o anúncio como positivo, uma vez que dá mais flexibilidade para a a companhia apoiar e financiar a demanda durante um período de redução das concessões de crédito.

No entanto, a XP continua vendo ventos contrários para a demanda de bens duráveis neste ano, pelo nível atual das taxas de juros e o endividamento das famílias.

A Genial Investimentos lembra que, atualmente, o funding para fornecer crédito vinha sendo da Casas Bahia, o qual utilizava captações de CDCI com bancos parceiros (Bradesco e Banco do Brasil) para fornecer crédito aos seus clientes, com uma taxa pré-fixada de 18,3%.

A Genial espera que, até o final do ano, o FIDC contribua para a expansão da carteira de crédito, que, somada ao funding do CDCI, pode alcançar R$ 7,3 bilhões até o final de 2025, alta de 15% na base anual.

A Genial Investimetos manteve recomendação de venda e preço-alvo de R$ 4.

Informações Infomoney
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